terça-feira, 12 de abril de 2011

Os Moraes, suas raízes em Montenegro e seus descendentes alemães no Vale dos Sinos e na Região Metropolitana, que se reúnem há 28 anos

As irmãs Therezinha Moraes Kuhn (à esquerda) e Irmã Nélia Moraes (da Congregação do Imaculado Coração de Maria) no último encontro da família Moraes, realizado em março de 2011 na comunidade de Morro dos Bugres, Santa Maria do Herval, comemorando os 90 anos da Irmã Nélia e os 28 anos que a família se encontra.


Por Felipe Kuhn Braun


No sul do Brasil, onde há forte presença germânica desde o início do século XIX, nos acostumamos a encontrar no interior, pessoas falando o idioma alemão e assinando sobrenomes alemães, tais como, Schneider, Schmidt, Müller e Fischer, entre muitos outros.


Por muitos anos esses grupos de descendentes teuto-gaúchos viveram isolados no interior, sem presença cultural de outras etnias. Nos poucos vilarejos aonde chegava uma família de outras origens, certamente ela se integrava com a cultura germânica.


Ao percorrermos os antigos cemitérios da região de Picada Café e Santa Maria do Herval, encontramos entre os sobrenomes Schaab, Dapper, Schmitz, Marmitt, Schabarum e outros tantos nomes alemães, o sobrenome Moraes. Ainda encontramos moradores nas localidades de Picada Feijão, Jammertal e Morro dos Bugres, que assinam o sobrenome Moraes e que falam perfeitamente o dialeto Hunsrück como idioma materno, muitas vezes melhor que a língua portuguesa.


Os “Moraes alemães” têm suas origens no município de Montenegro, no Vale do Caí. A história começa com um português vindo de Azurara, norte de Portugal, José Apolinário Pereira de Moraes. Moraes nasceu em 1757, emigrou jovem para o Brasil, foi um rico comerciante e fazendeiro na cidade de Montenegro, faleceu em 1827, com 69 anos.


Moraes casou duas vezes e teve 15 filhos. Um deles era José de Moraes (*1816+1885), que comprou terras na mata virgem aonde anos mais tarde chegariam os alemães. As terras ficam atualmente em uma região no interior do município de Picada Café. Como havia poucos moradores nas proximidades, ele casou com Anna Maria Mombach, a única filha do imigrante Mathias Mombach (*1784+1878), que foi fundador da localidade vizinha de Walachei, no interior de Morro Reuter.


O casal, José Moraes e Anna Maria Mombach, tiveram 12 filhos, um deles, João abriu os primeiros lotes de uma localidade que herdou do pai, a qual deu o nome de sua esposa, Joaneta (Johanetta Bottlaender). Os lotes foram vendidos para os imigrantes alemães. Em alguns anos a única família no local, que não tinha origens paternas alemãs, eram os Moraes. Com o passar das décadas os Moraes se ramificaram com outras famílias e se integraram aos costumes alemães.


Dos 12 netos do imigrante José Apolinário Pereira de Moraes, nascidos no interior de colonização alemã, um deles foi José Moraes (*1845+1916), que casou com Anna Maria Zilles e teve sete filhos, José emigrou para Picada São Paulo, interior de Morro Reuter. O mais novo dos sete, João (*1883+1970) casou com Emerenciana Jaeger, com quem teve 10 filhos, 48 netos e atualmente mais de 300 descendentes. Dos seus 10 filhos, duas se tornaram religiosas e 5 foram professores no interior, nas localidades de Picada Feijão, Picada São Paulo e Morro dos Bugres.


Os filhos de João e Emerenciana sempre foram muito unidos, João faleceu em 1970 e Emerenciana em 1978, com o falecimento dos pais, os nove que viviam, André Luís, Irmã Aloísia, Edmundo, Isabella, Eugênio, Fridolino, Helmuth, Irmã Nélia e Therezinha, decidiram que uma vez por ano iriam se reunir e que sempre realizariam esse encontro.


O primeiro foi no ano de 1983 no município de Dois Irmãos, os encontros seguintes foram realizados em Ivoti, no interior dessa cidade, Picada Feijão, e em Morros dos Bugres e Picada São Paulo. Assim, com o passar dos anos, se uniriam aos noves, seus filhos e netos e de lá para cá os Moraes já se reuniram 28 anos seguidos!


Os oito mais velhos já faleceram, vive ainda Irmã Maria Nélia Moraes, que recentemente completou 90 anos, e Therezinha Moraes Kuhn que completou 82 anos. Atualmente se reúnem 5 gerações da família Jaeger-Moraes e os encontros contam de 80 a 200 pessoas.

4 comentários:

  1. Olá. Sou Moraes também, meu bisavó era Mathias Moraes, meu Jacob Moraes. Eu quero saber de onde que eles que eles vieram.

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    1. Ola meu nome é Jacob Moraes , meu pai e avos são de montenegro tbm , meu face é jacob moraes de santa maria / rs

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  2. Olá. Sou Moraes também, meu bisavó era Mathias Moraes, meu avô Jacob Moraes. Gostaria de saber de onde que eles que eles vieram, ou se fazem parte desta família José Apolinário Pereira de Moraes. Pois não consigo achar nada sobre eles. Peço um favorzinho para ajudar a procurar algo sobre eles. Só sei que o Mathias Moraes morava em Montenegro, casou duas vezes, e foi morar em Augusto Pestana, e por lá sumiu. Mais nada.

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    1. Olá Iran, me chamo Edson e moro em Florianóplis, sou de São Sebastião do Caí (próximo a Montenegro) e meu bisavô se chamava Jacob Moraes os filhos dele eram: Pedro, José, Júlio (meu avô), Lira e Juventina, todos naturais de Montenegro. O nome de minha bisavó era Maria José (Zeca). se reconhecer algum dos nomes acima, por favor entre em contato

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